Encontrava-me na grande capital baiana e
necessitava de um táxi. De repente o taxista abordado começa a me olhar de forma
insistente como se tentasse se lembrar
de onde me conhecia. Responde o cumprimento e em silêncio levava-me ao
destino. Ao se aproximar do local solicitado, não resiste a curiosidade e diz:
_ Desculpe senhora, mas tive a impressão de que já a conhecia
de algum lugar... Só agora me lembrei. Não me leve a mal, mas a senhora é muito
parecida com uma artista que conheci pela internet...
Sorri da fala do motorista baiano e respondo:
_Artista?! Meu amigo, com a minha voz não canto nem
no banheiro!
_Não! Ela não é cantora. Bahia é uma produtora ambulante,
não é? A coitada é escritora, mas não
vai para canto nenhum. O nome dela é... Não escreve mal,não. Mas aqui?! Para ser notado
precisa de padrinho ou “jogar pedra na
cruz”!
_Ãh. Oh, coitada!
_Coitada mesmo! Eu se fosse ela não perdia meu tempo...
Saí sorrindo sem me identificar, feliz da vida com
o que ouvi. Ganhei o meu presente de natal sem precisar “jogar pedra na cruz”. E
os padrinhos?
_São os meus leitores que lentamente surgem dos locais mais
inesperados.

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