sábado, 6 de dezembro de 2014

Presente de Natal




Encontrava-me na grande capital baiana e necessitava de um táxi. De repente o taxista abordado começa a me olhar de forma insistente  como se tentasse se lembrar de onde me conhecia. Responde o cumprimento e em silêncio levava-me ao destino. Ao se aproximar do local solicitado, não resiste a curiosidade e diz:

_ Desculpe senhora, mas tive a impressão de que já a conhecia de algum lugar... Só agora me lembrei. Não me leve a mal, mas a senhora é muito parecida com uma artista que conheci  pela internet...

Sorri da fala do motorista baiano e respondo:

_Artista?! Meu amigo, com a minha voz não canto nem no banheiro!

_Não! Ela não é cantora. Bahia é uma produtora ambulante, não é?  A coitada é escritora, mas não vai para canto nenhum. O nome dela é... Não escreve mal,não. Mas aqui?! Para ser notado precisa de padrinho ou  “jogar pedra na cruz”!

_Ãh. Oh, coitada!

_Coitada mesmo! Eu se fosse ela não perdia meu tempo...

Saí sorrindo sem me identificar, feliz da vida com o que ouvi. Ganhei o meu presente de natal sem precisar “jogar pedra na cruz”. E os padrinhos?

_São os meus leitores que lentamente surgem dos locais mais inesperados.


Nenhum comentário:

Postar um comentário