Certa noite numa congregação evangélica
num distrito qualquer, dois membros de uma igreja
foram pregar. Após a fala de um, foi passada a palavra para o segundo. Este, vale
lembrar, era um jovem estudante de pedagogia. Munido do seu caderno com anotações, vai para
o púbito, diante de uma atônita plateia
de trabalhadores idosos da zona rural ele começa o seu discurso. Primeiro passa
pelas pedagogias de Paulo Freire, descansa nas ideologias de Alhusser, percorre
as microfísicas do poder nos braços de Foucault e quando chega naquela louca
vontade de potência de
Nietzsche...suspira um pouco e diz:
_Isso foi a introdução, agora
vou dizer a palavra!
O outro que estava assombrado
com aquela manifestação pública de falar línguas estranhas, interrompe:
_Não, irmão! O tempo já se esgotou
deixe para outro dia... Para outro dia.
E. Amorim
